No Bater das Asas (Ave Temporal)
E mais uma vez a ave temporal bateu
asas para o infinito, para o longínquo e indefinido lugar onde busca um
esconderijo,
um abrigo. Ao sair
do seu plano astral ela bateu suas asas sem cansar, não parou para se alimentar
e voou longe, voou
para o alto sem
olhar para baixo ou para trás. Assim
a ave se foi, sem deixar marcas ela voou , bateu asas, ela se foi para não mais
voltar.
O vento era seu único companheiro,
quanto mais ela batia suas asas, mais ela sentia a presença do argumento, assim
ela
não parou para não
estar sozinha, ela sentia o vento bater em suas penas e na invisibilidade do
ar, ela se sentia acariciada.
Sua companhia era o nada e seus
pensamentos que a guiava no sentido das palavras que não foram faladas, foram
apenas
pensadas. O céu
estava manchado pelo ar escuro da solidão, que fez noite em pleno dia, as
nuvens, feito espumas disfarçavam a
tristeza do céu, fugia assim as estrelas e a luz se apagou.
A ave temporal sentia a dor e o
cansaço, sentia o amor e o embaraço, parou, pousou no poleiro da melancolia, se
fez ironia
que contagia as
asas da imaginação que constrói a nação e destrói uma ação que foi desatada por
ficar plantada no mesmo vaso
que deixou vazar a tinta vermelha que coloria o meu coração. Construção de uma ideia que
dispersou feito fumaça ao bater das asas da ave temporal, que no fim do seu
astral se fez duvida
que argumentasse o
pensar imaginário de um afagar acariciado pelas mãos do tempo.
Ai, meu pensamento...voou longe ao
bater das asas da ave temporal, tudo se torna imaginação, solidão para que está
acompanhado
por si só, feito
ave, feito nave, feito disfarce.
Tudo parece ser oco, ser
desconectado, mas tudo está ligado com o pensamento elevado da ave temporal,
que não aparece, mas
está na prece de
cada um de nós.
Assim ela bateu asas e não voltou
para dizer o que viu e o que sobrou.
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