Minhas mãos
As minhas mãos podem apalpar o impalpável, pode tocar o
intocável, mas acima de tudo pode sentir o toque do não sentir. Mesmo que não
toque posso sentir o sentimento de não acariciar, mas sinto o sentido do não
acalentar.
As mãos podem alcançar a distância, mas não pode chegar até a rejeição, mesmo
que o querer possa dizer não, as mãos, persistem a querer tocar.
O toque é o sentir da distância que se torna a cada dia mais distante, mas
persiste em querer encontrar. O encontro das mãos é o abraço a acontecer, é o
encontro de um ser a conhecer um novo ser.
Seremos cúmplices do conhecer, do aprender e do sentimento a aparecer.
Aparecemos, pois o tocar é algo a acariciar, é o toque a mostrar o sentir, é o
desejo a contemplar.
As mãos estão a procura do que já foi encontrado, é a espera do desejável.
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